DE GERAÇÃO DISTRIBUÍDA
Mesmo com a crise, a geração de energia solar fotovoltaica, dobra de tamanho no estado do Ceará. Segundo Jurandir Picanço, consultor de energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), diz que o Ceará, um dos pioneiros no desenvolvimento de energia renovável no País, tanto eólica como solar, se destaca pela capacitação da mão de obra. “O Ceará é referência no setor e a gente teve um grande crescimento neste ano mesmo com a pandemia”, ele diz.
Apenas em 2020, a quantidade de unidades consumidoras de geração distribuída fotovoltaica apresentou um crescimento de 106% no Estado, enquanto no Brasil o avanço foi de 78%. Já em relação à potência instalada, o Ceará dobrou sua capacidade ao longo do ano, enquanto, no País, o incremento é de 85%. E a perspectiva é que essa forte expansão continue nos próximos anos, seja pelo aumento da eficiência dos sistemas fotovoltaicos, ou pela redução do preço dos equipamentos, o que reduz o tempo de retorno do investimento, “Para os próximos meses e anos, o crescimento vai continuar acelerado. Os consumidores, na medida em que veem reduções grandes na conta de energia, acabam buscando mais essa solução. E o mercado vem acompanhando isso, com uma grande oferta de produtos, cada vez mais eficientes”, diz Picanço.
Neste mês, o Brasil atingiu a marca de 400 mil unidades consumidoras de geração distribuída solar fotovoltaica, com adição de mais 142 mil unidades no ano. Segundo estimativas da Absolar, a tecnologia, que já representa mais de 3,8 GW de potência instalada operacional, foi responsável pela atração de mais de R$ 19 bilhões em novos investimentos desde 2012. No Ceará, Fortaleza abriga quase um terço das unidades consumidoras de geração distribuída fotovoltaica, com 3.234 sistemas. Em seguida aparecem: Euzébio com 688, Juazeiro do Norte com 593, Iguatu com 457 e Aquiraz com 207 unidades instaladas. Fortaleza é o 4º município brasileiro com maior capacidade instalada de geração fotovoltaica, com 37 mw de potência, atrás apenas de Uberlândia (MG), com 48,6 mw, Cuiabá (MT), com 43,4 mw, e Rio de Janeiro, com 37,1 mw.
No Brasil, os consumidores residenciais representam 68,8% desse total de unidades consumidoras, seguidas pelas empresas dos setores de comércio e serviços (20,2%), consumidores rurais (8%), indústrias (2,6%), poder público (0,4%) e outros tipos, como serviços públicos (0,03%) e iluminação pública (0,01%). Considerando a potência instalada, os consumidores dos setores de comércio e serviços lideram o uso da energia solar fotovoltaica, com 38,8% do total no País, seguidos de perto por consumidores residenciais (38%), consumidores rurais (13,2%), indústrias (8, 8%), poder público (1,1%) e outros tipos, como serviços públicos (0,1%) e iluminação pública (0,02%).
De acordo com a Absolar, apesar do crescimento do setor nos últimos anos, o Brasil, país com um dos melhores recursos solares do planeta, continua com um mercado pequeno em geração distribuída diante dos mais de 85,9 milhões de consumidores de energia elétrica. Atualmente, menos de 0,5% da população faz uso do sol para produzir a própria eletricidade.
Usina - uma das vantagens do modelo de geração distribuída é que, além de possibilitar a geração de energia no próprio local de consumo, é possível optar pelo “autoconsumo remoto”, por meio do qual o consumidor recebe créditos pela geração, mesmo estando em outro local. Esses créditos podem ser utilizados para diminuir o valor da fatura, desde que na área de atendimento de uma mesma distribuidora. Nessa configuração, a energia gerada pode ser repartida entre os condôminos em porcentagens definidas pelos próprios consumidores.
“Nós temos uma boa governança entre as associações de classe, entre as empresas e o governo e tudo isso converge para o bem do setor. Além disso, há o valor da tarifa de energia do Ceará, que é uma das maiores do Nordeste, tornando a energia solar mais atrativa”, diz Becker. “Já a nossa constância de sol tem um potencial maior do que em outras regiões. Então, uma usina no Ceará precisa de um investimento menor em quantidade de módulos do que em outras regiões para atender a uma mesma demanda de energia, o que pesa na viabilidade técnica dos projetos”.
Fonte: bruno.cabral@svm.com.BR 05/11/2020
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